São Gonçalo: professores e funcionários fazem passeata contra corte nos salários
Em greve desde o dia 4 de março, os trabalhadores da educação de São Gonçalo do Amarante/RN descobriram ontem que o prefeito Jaime Calado (PR) havia feito, ilegalmente, descontos em seus salários. Entretanto, as ruas do centro da cidade receberam, na manhã de hoje (31), uma passeata de professores e funcionários contra o corte dos dias parados. O protesto saiu da Secretaria de Educação do município e seguiu até a praça Dinarte Mariz, onde os trabalhadores denunciaram o abandono das escolas e os ataques aos direitos dos servidores. Além do prefeito, as críticas também atingiram o Secretário de Educação e ex-sindicalista, Abel Neto, e o professor, ex-diretor do Sinte e defensor do governo, Efigênio, que num programa de rádio chamou os professores de caloteiros.
Para a direção do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de São Gonçalo (Sinte), o prefeito está tomando medidas ilegais com o objetivo de reprimir a legítima paralisação dos educadores. "Jaime Calado pretende endurecer em seus ataques contra a categoria, mas nós não vamos recuar e também vamos endurecer o movimento. Com as escolas do jeito que estão, a retirada de direitos e os cortes em nossos salários, a greve não vai terminar.", afirmou Socorro Alves, uma das coordenadoras do sindicato.
Além do sindicato da educação, participaram também da manifestação o Núcleo do Sindsaúde de São Gonçalo e a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas/RN).
Abusos
O autoritarismo de Jaime Calado não tem limites mesmo. Na tarde de hoje, a sede do sindicato recebeu alguns professores que não tinham aderido à greve, mas que tiveram descontos realizados em seus contra-cheques. Além disso, o prefeito já anunciou que no dia dez de abril irá contratar professores temporários, caso os grevistas não voltem. Assim como o corte do ponto dos trabalhadores, essa é outra medida ilegal tomada pela prefeitura. A assessoria jurídica do Sinte já tomou conhecimento da ameaça e vai encaminhar uma denúncia ao Ministério Público.
Na próxima segunda-feira (05), às 8h, na sede do Conselho Comunitário do Amarante, os professores e funcionários farão outra assembleia para preparar uma resposta aos ataques da prefeitura. O objetivo é ampliar ainda mais a campanha de denúncia contra a situação das escolas e da categoria em São Gonçalo. "Já estamos agilizando uma resposta judicial às ilegalidades de Jaime Calado. Mas também vamos aumentar a força de nosso movimento nas ruas.", concluiu Socorro.
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