quarta-feira, 3 de março de 2010

Caindo aos pedaços

São Gonçalo vive caos na educação pública

A prefeitura de São Gonçalo está destruindo a educação pública do município. O cenário é de completo descaso. As escolas da cidade se parecem com qualquer outra coisa menos com lugares em que se vai para aprender e trabalhar. Muitas estão mais para prédios abandonados do que para escolas. Mas não é só a infraestrutura que vai mal. A administração das escolas também não está atendendo as necessidades mais básicas de professores, funcionários e alunos. Isso acontece porque o prefeito Jaime Calado (PR) mantém a mesma política dos governos passados, reduzindo os investimentos nos serviços públicos e atacando os direitos dos servidores.

"Concursado não trabalha”, diz a prefeitura.

Baseado nesse argumento, o prefeito Jaime Calado quer contratar funcionários terceirizados para, assim, reduzir ainda mais os gastos com educação nas contas do município. Para ele, “o terceirizado trabalha porque sabe que pode ser demitido a qualquer momento”.

Na verdade, Jaime Calado administra São Gonçalo como se fosse uma empresa e trata os servidores como empregados preguiçosos. Se a educação do município está ruim e os trabalhadores insatisfeitos, o único culpado é o próprio prefeito, que paga baixos salários, retira direitos e corta investimentos nas escolas. Há até casos, por exemplo, de professores que não podem chegar ao trabalho porque a prefeitura só paga metade dos vales-transportes.

Para se ter uma idéia de como Jaime Calado está destruindo a educação de São Gonçalo, recentemente a prefeitura passou a orientar os diretores das escolas a não matricularem alunos à noite, fechando esses turnos. Para a diretora do Sinte, Socorro Alves, o objetivo dessa política é economizar gastos na educação e forçar a demissão de trabalhadores. Dessa forma, Jaime Calado prejudica os servidores da educação e a população que precisa estudar.

Como se não fosse o bastante, São Gonçalo ainda registrou o maior índice de devolução de professores para a Secretaria de Educação. “Os diretores de Jaime Calado estão devolvendo professores por perseguição política, alegando que o professor não se adaptou. Já são mais de 20 professores e funcionários devolvidos para a Secretaria.”, denuncia Socorro.

Com essa política, a prefeitura de São Gonçalo quer aumentar a terceirização, piorando a qualidade da educação e as condições de trabalho nas escolas. Além disso, Jaime Calado também está cometendo outras irregularidades. “O prefeito colocou estagiários para assumirem sozinhos as salas de aula, o que é proibido por lei. Tudo isso para não pagar salários aos professores e não realizar concursos.”, afirma a também diretora do Sinte, Cristiane da Silva.
Infraestrutura precária

As escolas de São Gonçalo estão caindo aos pedaços. De acordo com as visitas feitas pelos diretores do Sinte, há muitos prédios com iluminação precária, salas de aula sem ventiladores, banheiros em mau funcionamento e carteiras quebradas. As escolas mantidas pela prefeitura de Jaime Calado não apresentam as mínimas condições de aprendizado.

A Escola Municipal Vicente de França, por exemplo, passou por uma reforma no ano passado que custou cerca de R$ 63 mil. Entretanto, o estado em que se encontra não é o de uma escola reformada. Banheiros quebrados, salas de aula com pisos esburacados, carteiras mal cuidadas e uma quadra de esportes destruída. Esse é o retrato da educação numa das principais escolas do município.

Para a direção do sindicato, os trabalhadores da educação precisam enfrentar esta situação e impedir a prefeitura de destruir escolas e retirar direitos da categoria, como é o caso do Plano de Cargos e da redução nos investimentos. Além disso, é preciso exigir a realização de concurso público já.

Um comentário:

  1. É lamentável a situação da educação em São Gonçalo e observe que Sua Excelência vai a TV informar que aqui educação é prioridade, imagine a situação dos outros serviços "oferecidos" ao povo. Coitados.
    Por isso o BLOG DO DUDE SOARES manifesta total apoio a luta por uma educação de qualidade e a luta por salários dignos para os professores.

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