quinta-feira, 20 de março de 2014

Greve da Saúde Estadual

GREVE ESTADUAL DA SAÚDE COMEÇA COM ATO PÚBLICO E COBRA ENVIO DO PROJETO DE LEI

Nesta quinta-feira (20), o Sindsaúde-RN Estadual se reúne com o secretário estadual de Saúde para discutir os pontos da pauta de reivindicações


A greve é pra valer. Nesta quarta-feira (19), a adesão ocorreu em praticamente todos os locais da capital, com redução de pessoal. No Samu, apenas 30% das ambulâncias circularam na parte da manhã. Nos próximos dias serão discutidos os protocolos de greve nos hospitais e unidades.

Por volta das 09h, cerca de 150 servidores se reuniram em frente ao hospital Walfredo Gurgel, para um ato público pelo início da greve. Além de servidores do Walfredo, Giselda Trigueiro, Santa Catarina, Deoclécio Marques, Ruy Pereira e demais hospitais da capital, o protesto reuniu servidores de Mossoró, Santa Cruz, Caicó, Apodi e Macaíba.

Com faixas e bandeiras, os servidores cantaram palavras de ordem e a música “chega de lero-lero”, versão do hit lepo-lepo, feito para denunciar a demora no cumprimento do acordo de 2013. Em seguida, foram para a Governadoria, cobrar do governo o envio do Projeto de Lei com a tabela do Plano de Cargos e Salários, resultado da greve de 2013.

Uma comissão foi recebida na Governadoria, e foi informada de que o Projeto de Lei está na Consultoria Geral, para a revisão final. O conteúdo do projeto prevê a implantação da tabela em abril, maio e junho; a garantia das gratificações para servidores dos oito hospitais municipalizados e a reabertura do enquadramento (adesão ao PCCR) até o fim de 2014. A informação foi confirmada pelo consultor geral do Estado, José Marcelo Ferreira, que recebeu representantes do sindicato.

Na tarde desta quinta-feira (20), haverá uma reunião com a Sesap, para debater os temas sobre os quais a secretaria tem autonomia e poder de decisão. A reunião foi marcada após um encontro na segunda-feira com o secretário Luiz Roberto.

Durante a semana, boatos circularam nas unidades, com a informação de que não haveria mais greve e que um acordo teria sido fechado. “Esse boato foi uma tentativa de desmobilizar a categoria. Não houve nenhum acordo e nossa greve é uma realidade. O acordo que houve foi em setembro e eles não cumpriram. O servidor está  cansado de promessas. Estamos há meses aguardando esse projeto e só depois que marcamos a greve é que o governo se pronunciou”, afirma Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde. “A única garantia para que o projeto seja aprovado e de conseguirmos outros pontos da pauta é fazermos uma forte greve. Não há outro jeito”, convocou.

DENÚNCIA

Durante o ato, uma usuária se aproximou dos servidores e pediu para falar sobre a situação de sua mãe, que acabava de ser liberada para a desospitalização sem ter passado pela cirurgia de que necessitava, para a retirada de um tumor no cérebro.

Segundo Maria Nízia, filha da paciente, a cirurgia não aconteceria devido à falta de vagas no hospital. “Lá dentro eles têm que escolher a dedo quem vai viver e quem vai morrer. Sem essa cirurgia, a minha mãe irá morrer e o hospital tem condições de fazer, mas preferiu liberar minha mãe para morrer em casa! Um absurdo!”, conta Maria Nízia, indignada.


Ela ainda falou sobre as dificuldades para conseguir internar sua mãe, há um mês: “A gente veio de longe, lá do município de Serrinha e foi uma luta para conseguir interná-la. Eles não queriam, mesmo com ela tendo convulsões e passando muito mal”. Após a intervenção no protesto dos servidores, a usuária foi ao Ministério Público denunciar o caso.

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