segunda-feira, 19 de março de 2012

Irresponsabilidade da Prefeitura

CRIANÇA RECEBE MEDICAÇÃO TROCADA EM POSTO DE SAÚDE DE SÃO GONÇALO

T.P.S é uma criança de 11 anos, mora na Comunidade de Canaã, em São Gonçalo do Amarante, e cursa o 7º ano do ensino fundamental. Há seis meses, um diagnóstico confirmou que o garoto sofre de epilepsia. Desde então, ele vem sendo acompanhado por uma pediatra do município e recebendo tratamento com o uso do remédio Gardenal. De posse da receita dada pela médica, os pais do menino, Francisca Canindé dos Santos e Manoel dos Santos, vão todos os meses ao Centro de Saúde de São Gonçalo buscar o medicamento. Entretanto, no último dia 5 deste mês, o remédio levado para casa foi outro. Ao invés de Gardenal, foi entregue uma caixa de Haloperidol, que é usado no tratamento da esquizofrenia. O garoto passou dois dias apresentando diversas reações, como dores de garganta, vômito, tremores e alucinações.

A troca acidental foi feita por uma técnica de enfermagem do posto, que abriu a farmácia e entregou o remédio, já que não há farmacêuticos nas unidades de saúde de São Gonçalo do Amarante. As caixas idênticas do medicamento e a falta de um profissional da área acabaram contribuindo para o erro, que poderia ter tido consequências muito piores. O Haloperidol é um dos remédios que mais registram o uso para cometer suicídio. Se os pais não tivessem suspendido o medicamento quando as reações apareceram, a criança poderia até ter morrido.

Para o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de São Gonçalo (Sindsaúde), a maior responsabilidade pelo o que aconteceu não é da funcionária que entregou o remédio errado, e sim da Prefeitura. “Se houvesse farmacêuticos nos postos de saúde do município, e não profissionais em desvio de função, o caso não teria ocorrido. Mas a Prefeitura insiste em desprezar o cuidado com os serviços de saúde e a vida da população. A presença do farmacêutico é obrigatória tanto nas farmácias privadas quanto nas públicas. E essa é uma responsabilidade da Prefeitura.”, disse Simone Dutra, diretora do sindicato.

Em São Gonçalo do Amarante, é comum outros profissionais, como técnicos de enfermagem, enfermeiros e auxiliares de serviços gerais entregarem medicamentos nas farmácias. Em sua maioria, fazem isso porque são obrigados pelos gerentes das unidades. Muitas vezes esses mesmos gerentes, que não possuem nenhuma formação na área, entregam os remédios. Atitudes assim mostram toda a irresponsabilidade da Prefeitura com saúde do município.

Curiosamente, quando uma equipe de jornalismo da INTERTV Cabugi foi ao Centro de Saúde de São Gonçalo para fazer uma reportagem sobre o caso, a Prefeitura providenciou às pressas um farmacêutico. Foi a prova que faltava para demonstrar o descaso da atual administração do município com a saúde pública. O cuidado da Prefeitura se resume apenas à vontade de não aparecer mal no filme. Em São Gonçalo, há uma lista de farmacêuticos, aprovados no concurso público do ano passado, que aguardam a convocação até hoje.

O Sindsaúde exige do prefeito Jaime Calado a imediata convocação de todos os concursados e que haja pelo menos um farmacêutico em cada unidade de saúde do município.


Clique aqui e reveja a reportagem da INTERTV Cabugi.

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