sexta-feira, 25 de junho de 2010

Previdência

Eleições IPREV São Gonçalo: servidores de luta elegem um representante

No dia 23 de junho, ocorreu a eleição para o Conselho Fiscal e Administrativo do Instituto de Previdência de São Gonçalo do Amarante/RN. Das três vagas disponíveis na eleição, os servidores de luta, da saúde e da educação, conseguiram eleger um representante para fiscalizar a Previdência. Marcus Antonio de Freitas, diretor do Sinte, foi eleito em terceiro lugar, com 85 votos.

Socorro Alves, do Sinte, conversa com servidor

Os candidatos da Prefeitura e da Câmara de Vereadores ficaram com as outras duas vagas. Leão ficou em primeiro, com 126 votos, e Gracinha em segundo, com 94. Ao todo, a eleição teve 535 votos. Deste total, os candidatos apoiados pelos Núcleos do Sinte e do Sindsaúde obtiveram 302 contra 220 votos dos candidatos governistas. Brancos e nulos somaram 13. O resultado mostrou que, mesmo não ocupando as três vagas, os trabalhadores votaram em sua maioria nos candidatos dos sindicatos de luta e independentes do prefeito.

“Isto para nós é muito significativo. Mostra que a saúde e a educação não confiam no prefeito Jaime Calado. Não fossem as manobras da Prefeitura e da Câmara de Vereadores, eles não teriam conseguido eleger ninguém.”, avaliou o diretor do Sinte, Marcus Antonio.

Além da eleição do diretor do Sinte, foram eleitas também três trabalhadoras da saúde como suplentes. Ivete Silva, Márcia Régia e Maria de Fátima, com 63, 53 e 57 votos, respectivamente.

A enfermeira Simone Dutra compareceu para votar nos candidatos de luta

Uma eleição marcada por manobras e pela desigualdade

Como era de se esperar, a Prefeitura e a Câmara de Vereadores usaram todas as armas para vencer a eleição de qualquer jeito, se apoiando em manobras e na desigualdade de condições. A primeira manobra foi adiamento da data da eleição, marcada anteriormente para o dia 25 de maio. Ao perceber a grande mobilização que o Sinte e o Sindsaúde estavam fazendo para eleger seus representantes, a Prefeitura, que foi pega de surpresa, resolveu adiar a eleição para ganhar tempo e se preparar. A alegação para o adiamento foi uma falha no edital, curiosamente percebida apenas às vésperas da eleição.

A segunda manobra foi colocar a nova data do pleito para o dia 23 de junho, véspera de São João, momento em que os trabalhadores da educação já estão em férias escolares. Essa atitude da Prefeitura teve como objetivo impedir a mobilização dos servidores de luta, uma vez que muitos viajam no período. Além disso, mesmo havendo três vagas para o Conselho, os servidores só puderam votar em apenas um, o que prejudicou os sete candidatos apoiados pelo Sinte e pelo Sindsaúde.

O vereador Geraldo Veríssimo mandou buscar servidores em casa para votar no candidato do prefeito

Por fim, a Prefeitura e a Câmara de Vereadores utilizaram seu aparato de poder para garantir seus votos. O vereador Geraldo Veríssimo e apoiadores, por exemplo, usaram seus carros para buscar em casa servidores comprometidos com o prefeito e com a Câmara. Até um carro da Emater foi visto trazendo pessoas para votar.

Carro da Emater usado para trazer servidores ligados ao prefeito

Como se não fosse o bastante, a Prefeitura ainda contou com o apoio do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsem) e de José Inácio, que até tentou coagir a enfermeira Simone Dutra ao arrancar de sua mão um panfleto que pedia o voto nos candidatos de luta.

“Diante dessas manobras e condições desiguais, eleger um representante de luta que possa fiscalizar o dinheiro de nossas aposentadorias é uma grande vitória. Agora, a prefeitura sabe que estamos de olho na Previdência e vamos denunciar qualquer irregularidade que seja feita com o dinheiro dos servidores.”, declarou Vivaldo Júnior, do Núcleo do Sindsaúde.

Apuração dos votos em uma das mesas da eleição

O prefeito Jaime Calado (PR) e a Câmara Municipal fizeram de tudo para impedir a presença de representantes de luta no Conselho. Diante de tanto empenho, fica a pergunta: o que estaria por trás de toda essa movimentação? Qual o interesse de não permitir que nenhuma das vagas ficasse com trabalhadores independentes da Prefeitura?

Para a diretora do Sinte, Socorro Alves, é preciso vigilância. “Precisamos ficar atentos. Os trabalhadores da saúde e da educação devem ajudar nosso representante a fiscalizar os recursos da Previdência. Os sindicatos de luta também estarão vigilantes e nas assembleias estaremos divulgando informações sobre o Conselho.”, disse a diretora.

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