Contratações não zeram déficit
Apesar da Secretaria de Educação do Estado (Seec) ter lançado mão de recursos emergenciais para contratação de 1.032 professores temporários para o início deste ano letivo, que começa em dez dias, a medida ainda está longe de sanar os problemas com a falta de profissionais em sala de aula. Em 2010, a ausência de professores em diversas disciplinas, principalmente nas de cálculo, prejudicou o rendimento escolar de milhares de alunos na maioria das escolas do Rio Grande do Norte. A carência de professor leva em conta também a quantidade de profissionais que estão em processo de aposentadoria e aqueles que ainda vão dar entrada na documentação este ano. Até o final do ano passado, o número chegava a cerca de 1.300, aumentando o déficit para cerca de 3 mil professores a menos nas salas de aula.
A realização do concurso público para contratação de 3.667 vagas, já anunciado pela Seec, mas ainda sem data para o lançamento do edital, é o que viria, realmente, resolver o problema. De acordo com Pedro Guedes, do setor de Recursos Humanos da Seec, um ofício foi enviado à secretaria de Estado de Administração e Recursos Humanos e o processo já está na fase de seleção de uma empresa organizadora.
Segundo ele, a carência maior de professores são os das disciplinas de Matemática, Física, Química, Inglês e Biologia.
Faltam profissionais
Para agravar o problema, faltam profissionais no mercado principalmente para disciplinas de cálculo como matemática, física e química. Em algumas escolas do RN faltam professores para praticamente todas elas. Segundo relato de Pedro Guedes, o problema é evidente em boa parte dos municípios do estado, agravando-se mais nas regiões do Mato Grande e do Alto-Oeste, devido à falta de ensino superior para essas áreas.
No último concurso, dos 167 municípios do Rio Grande do Norte, 122 não conseguiram aprovar nenhum professor para ministrar a disciplina de química. A disciplina de física também não aprovou ninguém em 82 municípios e, ainda, em 38 municípios não houve aprovações em matemática e biologia. Na opinião de Pedro Guedes, uma das razões do problema está nas próprias instituições de ensino superior que ainda não interiorizaram suas atividades e oferecem poucas vagas para as licenciaturas de cálculo. Numa turma de 30 alunos de química que entram numa universidade, por exemplo, menos da metade consegue terminar o curso.
NÚMEROS
Quadro do magistério: 21 mil
Convocação de temporários: 1032
Déficit de professores: 1.500
Previsão de aposentadorias: 1.300
Concurso programado para este ano: 3.667 vagas
No último concurso:
122 municípios não aprovaram professores de química;
82 municípios não aprovaram para física;
38 não aprovaram para matemática;
38 não aprovaram para biologia.
Fonte: Diário de Natal - 06/02/2011
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