SERVIDORES MUNICIPAIS DA SAÚDE DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE SE
REÚNEM COM A PREFEITURA, MAS POUCO AVANÇA
Desde junho de 2012 a categoria espera pela implantação do
PCCS, que ainda não tem nem comissão de trabalho
A tentativa de negociação dos servidores da saúde de São
Gonçalo com a prefeitura é de longa data e se arrasta, sem solução concreta,
desde a suspensão da última greve da categoria, em junho de 2012. Ou seja, mais
de um ano se passou e praticamente nada saiu do papel.
A alegação do chefe de gabinete é mais uma prova do descaso
da prefeitura para com a saúde pública. O governo troca as autoridades que
fazem parte das comissões de negociação e o processo volta à estaca zero, já
que essas novas autoridades afirmam desconhecer os temas que estão sendo
tratados. Este é o caso de João Eider, no cargo de chefe de gabinete há poucos
meses e que foi ao encontro dos servidores apenas para ouvir, sem trazer
propostas definidas à categoria.
Assim, a extensa pauta de reivindicações de 19 itens não
chegou a ser completamente discutida. Apenas os 8 itens mais urgentes entraram
em questão e, mesmo assim, com respostas insatisfatórias à categoria.
Com o término da greve de 2012, a prefeitura se comprometeu
a criar uma comissão de implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários
(PCCS) dos servidores, mas até agora nada saiu do papel. Segundo João Eider,
essa comissão será criada para se trabalhar a implantação do PCCS em 2014 e
afirmou que voltará ao assunto na próxima audiência com os servidores.
Vivaldo Dantas, diretor do núcleo do Sindsaúde-RN de São
Gonçalo, afirmou que “se pelo menos o plano de cargos fosse implantado, muitos
dos itens da pauta de reivindicações seriam sanados”. Para ele, falta interesse
do governo em priorizar a saúde pública do município.
Sobre as 30 horas da carga horária, o chefe de gabinete
afirmou que o estado não reconhece esse direito, mas os servidores rebateram a
afirmação dizendo que o estado reconhece, sim. Vivaldo Dantas criticou a
prefeitura, que permite que alguns profissionais da saúde recebam uma
declaração permitindo as 30 horas, enquanto os demais servidores ficam sem esse
direito. “Queremos que as 30 horas sejam estendidas a todos, igualmente”,
afirmou o sindicalista.
Quanto ao pedido de 88 vales para os servidores que usam
quatro transportes coletivos diariamente, João Eider se posicionou contra,
alegando que a lei só permitia o pagamento de 44 vales. Mais uma vez o núcleo
do Sindsaúde-RN interviu lembrando a todos que o secretário municipal de Saúde,
Jalmir Simões, havia se comprometido a dar este direito aos servidores logo
após a última greve e a promessa não foi cumprida. “O trabalhador precisa ter
acesso ao trabalho dele, garantir esse acesso é um direito que não pode ser
violado. Isso prejudica o trabalhador e a própria saúde pública”, completou
Dantas.
Por fim, algumas boas notícias: as gratificações do NASF e
do CEO estão em fase de implantação, assim como também já está em andamento o
pagamento das gratificações para os técnicos de enfermagem, técnicos de saúde
bucal e auxiliares de consultório dentário. Apenas os agentes comunitários de
saúde não receberão. Quando questionado sobre isso, Eider explicou que os
recursos que garantem essas gratificações são de origens distintas, mas o
sindicato defendeu os trabalhadores e afirmou que uma lei municipal resolveria
este problema.
A próxima audiência na prefeitura está marcada para o dia 12
de novembro, terça-feira, às 10h. Já no dia 14, também às 10h, a categoria se
reunirá em assembleia, em local ainda a definir. A prefeitura garantiu que
liberará os servidores para a assembleia, desde que eles assinem o livro e
levem a declaração de participação na assembleia para as unidades de trabalho.
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