DE UM LADO, OS ATAQUES DO PREFEITO. DO
OUTRO, A LUTA E A RESISTÊNCIA DO SINTE
Abel Neto ao lado do prefeito Jaime Calado. Juntou-se ao inimigo. |
Para piorar, depois de traírem a
confiança dos trabalhadores, estes mesmos ex-sindicalistas agora acusam a atual
direção do Sinte de ser radical, de não saber negociar e de fazer ataques ao
prefeito Jaime Calado. Dizem que é por isso que não se avança nas conquistas.
Pura mentira. O Sindicato dos Servidores Municipais, cujo presidente é amigo do
prefeito, não alcança vitórias para a categoria há muito tempo. Os
ex-sindicalistas Abel e Célia querem que a direção do Sinte rasteje aos pés da
Prefeitura, como eles mesmos fazem. Mas isso nunca vai acontecer.
São Gonçalo nunca teve um prefeito tão
truculento como esse em toda a sua história. Muito menos apoiado por quem a bem
pouco tempo se dizia defensor dos direitos dos trabalhadores. Desde que a nova
direção assumiu o Sinte, a Prefeitura não teve mais sossego. A atual diretoria
do sindicato dirigiu duas grandes greves. A segunda, inclusive, de forma
unificada com o Sindsaúde. Foi uma greve forte, na qual se conquistou a
legalidade do movimento por duas vezes na justiça.
Mas a situação dos servidores era muito
difícil, com salários rebaixados, promoções e outros direitos congelados, além
de boa parte dos educadores trabalharem em dupla jornada com um salário
inferior. Isso ajudou a enfraquecer o movimento. Era o que queriam Célia e
Abel.
Se todas as lutas travadas não
alcançaram conquistas, não foi porque a direção do Sinte não lutou ou deixou de
organizar os trabalhadores. Ao contrário. Não faltou disposição de luta e
coragem aos atuais diretores para enfrentar a ditadura do prefeito. Ter um
governo perseguidor e ex-sindicalistas ao lado do inimigo dificultou bastante.
Atual direção do Sinte trouxe mudanças
para o sindicato
Antes, o Sinte era usado para garantir
privilégios aos diretores. O dinheiro dos sócios servia para dar ajuda de custo
e financiar acréscimos aos salários dos dirigentes. Até os celulares eles
usavam como propriedade particular. Quando a nova diretoria assumiu, essas
regalias acabaram. “Dinheiro dos trabalhadores é para organizar a luta dos
próprios trabalhadores, e não para privilégios de diretores.”, explica Francisco
Varela, da atual direção.
Com o corte desses gastos, a nova
direção do Sinte contratou assessorias de comunicação e jurídica. Ambas em
conjunto com o Sindsaúde. Assim, dividindo as despesas, sobraram mais recursos
para organizar as lutas. A situação da secretária do sindicato, que estava
irregular, foi normalizada e a trabalhadora teve a carteira de trabalho
assinada. Um equipamento de som para as assembleias também foi comprado pela
nova direção.
A atual diretoria ainda adquiriu um
carro para o sindicato, equipado com caixa de som para facilitar os atos
públicos e as denúncias contra os ataques da Prefeitura. Além disso, o Sinte
criou um blog, um boletim informativo para os trabalhadores, cartazes,
panfletos e vídeos.
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