Políticas Públicas e Esportes
Na última década, pudemos enxergar com maior nitidez os programas sociais do governo desse período, que não foi tão diferente dos outros. Programas como “Bolsa família”, “Bolsa escola”, “Fome zero” e outros fizeram e fazem parte do cotidiano dos brasileiros, mas a discussão não girará em torno de cada programa citado, e sim das intenções que o governo brasileiro maquia ao implantar programas assistencialistas como estes.
Gostaria de citar o programa “Segundo Tempo”, já que tratamos de esportes, para ilustrar que este também é manipulado pelo Estado. O Segundo Tempo é um programa que leva atividades esportivas às escolas públicas e comunidades carentes “com o objetivo de educar, proporcionar lazer, incluir...”. O questionamento que fica é: se esse é o objetivo, por que o investimento no programa social é tão baixo e pífio a ponto dos materiais para o desenvolvimento do trabalho dos professores serem tão escassos, a remuneração de quem exerce a função de educador ser digna de um “fome zero” e os ambientes para a execução das aulas serem mais carentes que os próprios alunos?
Políticas públicas (PP’s) envolvendo esportes podem ter alguns nobres objetivos, como proporcionar lazer à população, preservar a saúde, melhorar a qualidade de vida. Porém, em um país como o Brasil, com sua estrutura social, isto é secundário ou até terciário, e se torna um discurso demagógico e ilusório. As PP’s no Brasil devem ser entendidas bem distantes do assistencialismo. Questões políticas e econômicas influenciam fortemente estas ações e servem unicamente para manter o funcionamento do Sistema. Elas estão mais voltadas para disciplinar à força de trabalho e torná-la apta ao mercado do que qualquer outra coisa.
Quando não visualizamos e não ampliamos situações dessa estirpe, aparentemente, as PP’s nos são apresentadas como formas de assistir os mais necessitados e reparar problemas sociais, mas na verdade essas políticas estão a serviço da manutenção do Sistema e, principalmente, servem como atenuadores de tensões sociais, como conflitos e contradições gerados pelo próprio capitalismo.
Também é um erro encarar os últimos dois governos brasileiros como “assistencialistas” levando em conta suas políticas públicas. De certa forma, isso soa como um elogio visto o que já foi mencionado no texto. Sendo assim, todo governo dentro da engrenagem capitalista tem a função de garantir o Sistema de acumulação, manter a ordem, esta última há algum tempo era confirmada através da força policial, mas com advento da perversidade do capital, as políticas públicas se tornaram bem mais “eficazes” e legítimas aos olhos da sociedade civil e do próprio governo, obviamente que em óticas distintas.
Apropriar-se de um fenômeno cultural de dimensões incalculáveis como o esporte, para utilizá-lo como ópio para o povo, é mais uma façanha do Estado burguês. Analisar e se conscientizar sobre tais práticas é o princípio para organizarmos mudanças profundas no que aí está. Dentro desse Sistema, uma criança com uma bola pode ser um artifício burguês para a reprodução da miserabilidade do cotidiano do trabalhador.
Gostaria de citar o programa “Segundo Tempo”, já que tratamos de esportes, para ilustrar que este também é manipulado pelo Estado. O Segundo Tempo é um programa que leva atividades esportivas às escolas públicas e comunidades carentes “com o objetivo de educar, proporcionar lazer, incluir...”. O questionamento que fica é: se esse é o objetivo, por que o investimento no programa social é tão baixo e pífio a ponto dos materiais para o desenvolvimento do trabalho dos professores serem tão escassos, a remuneração de quem exerce a função de educador ser digna de um “fome zero” e os ambientes para a execução das aulas serem mais carentes que os próprios alunos?
Políticas públicas (PP’s) envolvendo esportes podem ter alguns nobres objetivos, como proporcionar lazer à população, preservar a saúde, melhorar a qualidade de vida. Porém, em um país como o Brasil, com sua estrutura social, isto é secundário ou até terciário, e se torna um discurso demagógico e ilusório. As PP’s no Brasil devem ser entendidas bem distantes do assistencialismo. Questões políticas e econômicas influenciam fortemente estas ações e servem unicamente para manter o funcionamento do Sistema. Elas estão mais voltadas para disciplinar à força de trabalho e torná-la apta ao mercado do que qualquer outra coisa.
Quando não visualizamos e não ampliamos situações dessa estirpe, aparentemente, as PP’s nos são apresentadas como formas de assistir os mais necessitados e reparar problemas sociais, mas na verdade essas políticas estão a serviço da manutenção do Sistema e, principalmente, servem como atenuadores de tensões sociais, como conflitos e contradições gerados pelo próprio capitalismo.
Também é um erro encarar os últimos dois governos brasileiros como “assistencialistas” levando em conta suas políticas públicas. De certa forma, isso soa como um elogio visto o que já foi mencionado no texto. Sendo assim, todo governo dentro da engrenagem capitalista tem a função de garantir o Sistema de acumulação, manter a ordem, esta última há algum tempo era confirmada através da força policial, mas com advento da perversidade do capital, as políticas públicas se tornaram bem mais “eficazes” e legítimas aos olhos da sociedade civil e do próprio governo, obviamente que em óticas distintas.
Apropriar-se de um fenômeno cultural de dimensões incalculáveis como o esporte, para utilizá-lo como ópio para o povo, é mais uma façanha do Estado burguês. Analisar e se conscientizar sobre tais práticas é o princípio para organizarmos mudanças profundas no que aí está. Dentro desse Sistema, uma criança com uma bola pode ser um artifício burguês para a reprodução da miserabilidade do cotidiano do trabalhador.
Por Pedro Hermes, professor de Educação Física em Maceió/AL
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