Cesta básica fica mais cara na maioria das capitais do País
Levantamento do Dieese mostra que o conjunto de itens básicos subiu em 14 das 17 cidades pesquisadas em março
SÃO PAULO - O valor médio da cesta básica apresentou elevação em março, na comparação com fevereiro, em 14 das 17 capitais do País pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). De acordo com a Pesquisa Nacional de Cesta Básica, divulgada hoje pelo Dieese, as altas mais expressivas no preço do conjunto de produtos alimentícios essenciais foram observadas em Natal (6,19%), Salvador (4,90%), Vitória (4,88%) e Rio de Janeiro (4,33%).
No mês passado, houve queda apenas em Recife (-0,77), Manaus (-0,54%) e Brasília (-0,05%). Em São Paulo e Belo Horizonte, a cesta apresentou aumentos de 2,45% e de 0,87%, respectivamente. No primeiro trimestre de 2011, o conjunto de produtos acumulou variação positiva em 16 das 17 capitais que participaram do levantamento. As cestas das capitais que registraram as maiores variações foram as de Salvador (9,44%), Aracaju (9,36%) e Brasília (7,14%). Apenas Manaus teve variação negativa (-0,27%), enquanto as cestas de São Paulo e do Rio de Janeiro tiveram altas acumuladas de 0,92% e de 7,06%, respectivamente.
No acumulado dos últimos 12 meses encerrados em março, todas as 17 capitais pesquisadas apresentaram variações acumuladas positivas, mas o Dieese destacou que apenas cinco localidades registraram aumentos acima de 10%: Fortaleza (19,99%), Natal (17,93%), Goiânia (17,22%), Vitória (11,23%) e Belo Horizonte (10,87%). Em São Paulo, por exemplo, a variação acumulada em 12 meses foi de 5,45% e, no Rio de Janeiro, de 8,15%. Em três cidades o aumento inferior a 4,0%: Porto Alegre (1,58%), Recife (3,84%) e João Pessoa (3,90%). O Dieese realiza, mensalmente, a Pesquisa Nacional da Cesta Básica em Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
Salário mínimo
Levantamento divulgado pelo Dieese mostrou que o salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ser de R$ 2.247,94 em março para suprir suas necessidades básicas e da família. A avaliação foi feita por meio da utilização da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela instituição em 17 capitais do País.
Com base no maior valor apurado para a cesta em março, de R$ 267,58, em São Paulo, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,12 vezes superior ao piso em vigor no período, de R$ 545.
Em fevereiro, o salário mínimo necessário calculado pelo Dieese era menor, o equivalente a R$ 2.194,18. Em março de 2010, o valor era de 2.159,65.
O Dieese também informou que o tempo médio de trabalho necessário para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse comprar em março o conjunto de bens essenciais aumentou, na comparação com o mês anterior e com o mesmo período do ano passado. Na média das 17 cidades pesquisas pela instituição, o trabalhador que ganha salário mínimo necessitou cumprir uma jornada de 96 horas e 13 minutos para realizar a mesma compra que, em fevereiro, exigia a execução de 95 horas e 9 minutos. Em março de 2010, a mesma compra necessitava a realização de uma jornada de 94 horas e 38 minutos.
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