GREVE ESTADUAL DA SAÚDE COMEÇA COM ATO PÚBLICO E COBRA ENVIO DO PROJETO DE LEI
Nesta quinta-feira (20), o Sindsaúde-RN Estadual se reúne com o secretário estadual
de Saúde para discutir os pontos da pauta de reivindicações
A greve é pra valer. Nesta quarta-feira (19), a adesão ocorreu em praticamente todos os locais da capital, com redução de pessoal. No Samu, apenas 30% das ambulâncias circularam na parte da manhã. Nos próximos dias serão discutidos os protocolos de greve nos hospitais e unidades.
Por volta das 09h, cerca de 150 servidores se reuniram em
frente ao hospital Walfredo Gurgel, para um ato público pelo início da greve. Além
de servidores do Walfredo, Giselda Trigueiro, Santa Catarina, Deoclécio
Marques, Ruy Pereira e demais hospitais da capital, o protesto reuniu
servidores de Mossoró, Santa Cruz, Caicó, Apodi e Macaíba.
Com faixas e bandeiras, os servidores cantaram palavras de
ordem e a música “chega de lero-lero”, versão do hit lepo-lepo, feito para
denunciar a demora no cumprimento do acordo de 2013. Em seguida, foram para a
Governadoria, cobrar do governo o envio do Projeto de Lei com a tabela do Plano
de Cargos e Salários, resultado da greve de 2013.
Uma comissão foi recebida na Governadoria, e foi informada
de que o Projeto de Lei está na Consultoria Geral, para a revisão final. O
conteúdo do projeto prevê a implantação da tabela em abril, maio e junho; a
garantia das gratificações para servidores dos oito hospitais municipalizados e
a reabertura do enquadramento (adesão ao PCCR) até o fim de 2014. A informação
foi confirmada pelo consultor geral do Estado, José Marcelo Ferreira, que
recebeu representantes do sindicato.
Na tarde desta quinta-feira (20), haverá uma reunião com a
Sesap, para debater os temas sobre os quais a secretaria tem autonomia e poder
de decisão. A reunião foi marcada após um encontro na segunda-feira com o
secretário Luiz Roberto.
Durante a semana, boatos circularam nas unidades, com a
informação de que não haveria mais greve e que um acordo teria sido fechado.
“Esse boato foi uma tentativa de desmobilizar a categoria. Não houve nenhum
acordo e nossa greve é uma realidade. O acordo que houve foi em setembro e eles
não cumpriram. O servidor está cansado
de promessas. Estamos há meses aguardando esse projeto e só depois que marcamos
a greve é que o governo se pronunciou”, afirma Simone Dutra, coordenadora-geral
do Sindsaúde. “A única garantia para que o projeto seja aprovado e de
conseguirmos outros pontos da pauta é fazermos uma forte greve. Não há outro
jeito”, convocou.
DENÚNCIA
Durante o ato, uma usuária se aproximou dos servidores e
pediu para falar sobre a situação de sua mãe, que acabava de ser liberada para
a desospitalização sem ter passado pela cirurgia de que necessitava, para a
retirada de um tumor no cérebro.
Segundo Maria Nízia, filha da paciente, a cirurgia não
aconteceria devido à falta de vagas no hospital. “Lá dentro eles têm que
escolher a dedo quem vai viver e quem vai morrer. Sem essa cirurgia, a minha
mãe irá morrer e o hospital tem condições de fazer, mas preferiu liberar minha
mãe para morrer em casa! Um absurdo!”, conta Maria Nízia, indignada.
Ela ainda falou sobre as dificuldades para conseguir
internar sua mãe, há um mês: “A gente veio de longe, lá do município de
Serrinha e foi uma luta para conseguir interná-la. Eles não queriam, mesmo com
ela tendo convulsões e passando muito mal”. Após a intervenção no protesto dos
servidores, a usuária foi ao Ministério Público denunciar o caso.
Fonte: Sindsaúde-RN Estadual
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