CSP-CONLUTAS RELEMBRA OS 10 ANOS DO ENCONTRO CONTRA A REFORMA SINDICAL E
TRABALHISTA, EMBRIÃO DA CONLUTAS
No dia 14 de março de 2014, o site da CSP-Conlutas publicou um texto relembrando os 10 anos do Encontro contra a Reforma Sindical e Trabalhista, que foi o início de nossa central sindical. O evento aconteceu em 2004, na cidade de Luiziania, Goiás. Confira o texto na íntegra:
Há exatamente dez anos, em 14 de março de 2004, acontecia em
Luiziania (GO), o Encontro contra a Reforma Sindical e Trabalhista. As
instalações da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI)
ficaram pequenas para abrigar as 1.800 pessoas que estavam ali, número que
superava em muito a expectativa dos organizadores.
As caravanas chegavam de todo o país, com ânimo e disposição
pelos que vinham para organizar a luta contra o projeto de reforma do governo,
aprovado no Fórum Nacional do Trabalho (FNT) e apoiado pelas centrais
sindicais, inclusive a CUT.
Na época, o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos
de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates, o Mancha, dava o tom da atividade.
“Não podemos deixar que os direitos duramente conquistados pelos trabalhadores
sejam retirados. A reforma sindical é um golpe, que prepara o terreno para a
reforma trabalhista, por isso precisamos resistir.” O Encontro debateu a conjuntura nacional, as
reformas e a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), para ao final definir
os encaminhamentos. Ali foi aprovado um calendário de mobilização para os meses
seguintes e a formação de uma Coordenação Nacional de Lutas, surgindo assim o
embrião da Conlutas, principal corrente da nossa Central, a CSP-Conlutas.
A presidente da Unafisco Nacional, Maria Lúcia Fattorelli,
também coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida pela Campanha Jubileu Sul,
estava na mesa sobre Alca e sentenciava: “É alarmante constatarmos que o governo
já aplica medidas preparatórias para a implementação da Alca no país, como a
liberalização e isenção tributária dos fluxos de capital financeiro, a
flexibilização das normas aduaneiras – como o funcionamento em tempo parcial da
aduana e a dispensa de visita da fiscalização às embarcações estrangeiras,
aprovadas pela recente Lei 10.833/2003 -, e a reforma da Previdência.” Ainda foi tema de debate o papel da CUT na
condução do apoio à s reformas do governo.
O calendário de lutas apontava para a reprodução daquele
encontro nos estados, a realização de seminários, plenárias e debates sobre a
Reforma Sindical e Trabalhista, assim como a preparação de um 1º de Maio
unitário, que pautasse, além das bandeiras tradicionais, o protesto contra a
reforma do governo. Já convocava também para uma grande manifestação em
Brasília contra essa reforma e em defesa dos direitos dos trabalhadores.
Segundo Zé Maria de Almeida, não era somente o número de
presentes, mas a alegria presente eram expressões da importância da iniciativa
como passo concreto na ruptura do bloqueio às lutas dos trabalhadores. “Não se
trata apenas da revolta contra a reforma Sindical e Trabalhista, esse encontro
expressou também uma explosão do descontentamento represado com o governismo da
direção da CUT”, ressaltou.
A Coordenação Nacional de Lutas foi constituída nesse
Encontro contando com a participação de todas as entidades que já tinham uma
posição definida sobre a sua constituição. Era uma Coordenação aberta,
permitindo que as entidades e setores pudessem aderir posteriormente.
Os números - O Encontro contava com 1.764 inscritos, 269
Sindicatos e Federações, assim divididos: 18 de Metalúrgicos, 28 de Professores
(municipais, estaduais e universitários),
8 entidades representativas do Movimento Popular (sem-teto, campo,
desempregados, aposentados) e 101 Funcionalismo (federal, municipal e
estadual); assim como 114 de outras categorias e dez Oposições Sindicais.
Fonte: CSP-Conlutas
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