GREVISTAS DA EDUCAÇÃO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE PEDEM
INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Uma comissão de grevistas se reuniu com a Promotora de
Justiça nesta quinta (13) para pedir que o MP intervenha nas negociações com a
Secretaria Municipal de Educação
Nesta quinta-feira (13), os servidores da educação de São
Gonçalo do Amarante, que estão enfrentando sua 6ª semana em greve, tiveram mais
uma manhã de lutas! A categoria se dividiu em duas comissões: uma para pedir a
intervenção do Ministério Público nas negociações com a Prefeitura; e outra
para discutir com os vereadores a pauta de reivindicações da categoria.
No Ministério Público, o Sindicato dos Servidores em
Educação (Sinte-RN), núcleo de São Gonçalo do Amarante, explicou que o diálogo
com o secretário municipal de educação, Abel Neto (PT), tem sido de muito
atrito. Segundo Socorro Alves, diretora do sindicato, o secretário não admite que
a secretaria deve aos servidores: “o diálogo tem sido difícil porque o
secretário se recusa a admitir que não paga o piso salarial nacional dos
professores. A lei diz que os professores terão reajuste conforme o piso, mas
desde 2010 a prefeitura só tem feito o reajuste integral dos professores que têm
nível médio, ou seja, a minoria!”, afirma a sindicalista.
Segundo o Sinte-RN de São Gonçalo, são apenas 35 professores
de nível médio no quadro da rede pública municipal de ensino. Os professores de
nível superior, maioria no quadro, receberam reajustes parciais em 2010, 2011,
2012 e 2013 e agora pedem que as perdas salariais acumuladas nesses últimos
anos sejam pagas. “Só queremos que a prefeitura pague o que nos deve. Somando
todos os anos, são 26% de perdas salariais. Ou seja, não estamos nem pedindo um
reajuste real, somente a reposição dessas perdas”, completa Socorro.
Socorro ainda denunciou o corte de salários dos professores
este mês e a contratação de professores substitutos para ocupar a vaga dos
grevistas, o que, segundo a assessoria jurídica do sindicato, vai de encontro à
lei de greve. Por último, a sindicalista ainda falou sobre a qualidade da
merenda que é oferecida aos alunos, o fardamento e a estrutura física das escolas.
“A prefeitura anunciou que o PIB do município aumentou 138%, mas se diz sem
dinheiro para pagar o que deve aos professores e resolver essas questões
básicas das escolas, como pode?”, questiona Socorro.
RESPOSTAS DA PROMOTORA
Sobre esses temas, a Promotora de Justiça disse que os
problemas com a merenda, fardamento, estrutura física e equipes de trabalho
precisam ser conferidas “in loco”. Ela anunciou que uma equipe de trabalho está
vindo de Natal para auxiliá-la a fazer visitas em todas as escolas municipais de
São Gonçalo do Amarante e pediu que o sindicato indique quais escolas estão em
situações mais críticas, para que sejam priorizadas nessas visitas.
Sobre as contratações, a promotora disse que precisa analisar
de que maneira elas estão sendo feitas para saber se são ilegais ou não.
Sobre o 1/3 da carga horária fora da sala de aula, a Promotora
informou que está finalizando uma recomendação à prefeitura, explicando o
porquê da carga horária ser contabilizada em hora/relógio e não em hora/aula.
Ela acrescentou que o padrão hora/aula deve ser utilizado apenas para fins
pedagógicos, na organização das escolas e dos alunos, mas não deve ser
utilizado como padrão para a carga horária trabalhista dos professores. Nessa
recomendação, o Ministério Público pedirá que a Secretaria Municipal de
Educação esclareça os critérios que utilizará para a implantação do 1/3 da
carga horária.
Por fim, a Promotora entrou em contato com o secretário de
educação, Abel Neto (PT), que concordou em se reunir com o Ministério Público e
uma comissão de professores grevistas para tentar negociar mais uma vez. O encontro
será nesta sexta-feira (14), às 9h, na Prefeitura de São Gonçalo. Na Câmara
Municipal, o Sinte-RN também convidou os vereadores a participar dessa reunião
e uma comissão ficou de comparecer.
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