EM GREVE, PROFESSORES
DO CEARÁ LANÇAM NOTA EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA E DE QUALIDADE
A luta da rede estadual de ensino do Ceará está com mais de
50 escolas ocupadas e um mês de greve dos professores. Enquanto isso, o
Governador Camilo Santana (PT) sustenta para o Tribunal de Justiça que a greve
é ilegal. Confira a resposta dos professores, estudantes secundaristas em
ocupação e estudantes universitários de Limoeiro do Norte:
NOTA DE
ESCLARECIMENTO AOS PAIS, AOS ALUNOS E À SOCIEDADE EM GERAL
Dia 20 de abril de 2016 foi deflagrada a greve dos
profissionais da Educação do Ceará, em assembleia geral da categoria, tendo
adesão da grande maioria das escolas da capital e do interior, contando ainda
com a valorosa participação dos estudantes que já ocupam mais de 50 escolas em
todo o Estado, o que se revelou um fator de relevante importância na luta por
Educação de qualidade.
MOTIVOS PARA A GREVE:
Desde o último ano do governo Cid Gomes as escolas não
recebem todos os repasses financeiros necessários para manter seu funcionamento
básico;
A merenda escolar tem se tornado insuficiente e de má
qualidade, visto que não houve reajuste do valor, que é R$ 0,30 (trinta
centavos) por aluno;
Os professores não receberam a reposição da inflação, nem o
reajuste salarial previsto para o 1º de janeiro, data base da categoria;
No dia 30 de dezembro de 2015, sem nenhuma discussão prévia
com os professores, o governo Camilo Santana, baixou a Portaria de Lotação –
1169/15 – que inviabilizou o funcionamento dos ambientes e projetos Pedagógicos
das escolas.
CONSEQUÊNCIAS DA
PORTARIA:
Retirou o Professor Coordenador de área (PCA); reduziu 01
hora/aula do Projeto Professor Diretor de Turma (PPDT); alterou de forma
negativa o Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID),
responsável pelo intercâmbio universidade/comunidade; desativou os laboratórios
de Informática (LEIs) e Laboratórios de Ciências (LECs); reduziu os professores
lotados nos Centros de Multimeios; bem como, nos Centros de Educação de Jovens
e Adultos (CEJAS), provocando a demissão de mais de 6.000 professores
temporários, além de impor a alguns professores efetivos a remoção para outras
cidades, causando uma série de transtornos na vida destes, bem como, um grave
retrocesso pedagógico nas escolas, que compromete profundamente a qualidade do
ensino Público no Ceará.
A mobilização de professores e estudantes conquistou o
retorno das negociações com o governo, que já prometeu providências a respeito
do repasse de recursos para as escolas e melhoria da merenda escolar. No
entanto, falta atender a pontos centrais como a revogação da portaria,
mencionada acima, e o reajuste salarial.
É certo que vivemos uma crise econômica e por isso o governo
alega não ter dinheiro. No entanto, sabemos que o que falta é priorizar a
educação, uma vez que, ele continua garantindo a isenção de impostos para
empresários e investindo muito em propagandas, obras e serviços de caráter nada
social.
Assim, nos dirigimos à população do Vale do Jaguaribe para
reafirmarmos nossa disposição legítima e nosso direito legal de não abrirmos
mão de lutar, e solicitar aos pais de alunos o mais amplo apoio a esta luta que
compreendemos ser de todos/as que defendem uma Educação de Qualidade,
conclamando-lhes a se juntarem a nós, participando das atividades
calendarizadas, dando assistência a seus filhos, estudantes, que ora ocupam as
escolas. Como exemplo, a EEM Lauro Rebouças de Oliveira, em Limoeiro do Norte,
onde os estudantes iniciaram a primeira ocupação da região, no dia 16 de maio
(segunda-feira), e permanecem firmes em apoio à nossa luta.
E, por último, dirigindo-nos, em especial, aos senhores
pais, gostaríamos de assegurar ainda que, da parte dos professores, há o
compromisso em fazer a devida reposição dos dias paralisados em cumprimento ao
ano letivo de 2016.
Por uma educação de
qualidade!
Fonte: CSP-Conlutas
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