NOTA DO MML SOBRE TEMA DA REDAÇÃO DO ENEM ABORDAR QUESTÕES
DE GÊNERO
Falar sobre a naturalização da violência machista é
importante, ter investimento público para combater a mesma violência é
fundamental!
A naturalização da violência contra a mulher é uma questão
que salta aos olhos. Por isso tornou-se tema de redação no principal vestibular
do país, o ENEM.
De fato, se considerarmos que o Brasil é o sétimo colocado
num ranking de mais de 80 países em número de feminicídios, ou que a cada duas
horas uma mulher é espancada em algum canto do país, ou que o índice de estupros
cresceu mais de 156% nos últimos anos, fica evidente a necessidade de refletir
e debater sobre o tema.
Contudo, aquele que tem responsabilidade pelas políticas
públicas, inclusive que foi responsável, em última instância pelo tema da
redação do ENEM - o governo Dilma - trata o tema de maneira secundária.
A política de ajuste fiscal de Dilma reduziu o orçamento de
políticas para combater a violência contra a mulher pela metade, sendo que este
já era um dos menores orçamentos, também para reduzir gastos o PT transformou a
secretaria de políticas para mulheres e a secretária de igualdade racial em
pastas no ministério de direitos humanos. Sem falar no silêncio absoluto da
presidente frente à retirada do termo identidade de gênero de diversos planos
municipais de educação.
Em tempos de ataques ferrenhos aos mínimos direitos das
mulheres por setores conservadores como Eduardo Cunha/PMDB e declarações
públicas de assédio sexual contra menores, como o caso da menina Valentina, a
postura que vem tendo o governo de uma mulher é inadmissível. Em troca de apoio
político, Dilma vem rifando os direitos de mulheres e dos demais setores
oprimidos.
O PSDB que se apresenta como alternativa política também não
tem política efetiva para garantir a segurança das mulheres, nas cidades em que
governa. É o caso de São Paulo, onde somente entre janeiro e agosto desse ano
já foram notificados 100 casos de assédio sexual nos metrôs. Enquanto Alckimin
se preocupa mais em tornar sigiloso os documentos das obras superfaturadas do metrô
e avançar na privatização do serviço, do que ter medidas para coibir o assédio.
Por isso, mas do que ficarmos felizes pela repercussão
necessária do tema, todo o debate deve servir para avançarmos cada vez mais na
luta para derrotar o governo e sua política econômica e, dessa forma, garantir
mais investimento público no combate ao machismo e a violência que ele causa!
Por Movimento Mulheres em Luta
Fonte: CSP-Conlutas
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