APÓS AUDIÊNCIA FRUSTRADA, SERVIDORES DA SAÚDE ESTADUAL DECIDEM ACAMPAR NA
GOVERNADORIA
Os servidores da saúde do Rio Grande do Norte iniciaram uma
ocupação na sede do governo do estado, na noite desta segunda (20). A decisão
foi tomada após uma audiência com representantes do governo, que negou reajuste
e a revisão do Plano de Cargo. Parte dos servidores está há cinco anos com o
salário-base congelado e o Sindsaúde (Sindicato dos Servidores em Saúde do RN)
reivindica reajustes de 27%, para os servidores dos hospitais, a 61%, para os
municipalizados. O governo estadual afirma que os gastos com a folha de pessoal
estão acima do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Os servidores decidiram permanecer ocupando o prédio e
reivindicam uma audiência com o governador Robinson Faria (PSD), que no momento
recebia o ministro da Pesca, Helder Barbalho. Na manhã desta terça-feira, às
09h, os servidores farão um ato público, quando receberão o apoio de outras
categorias em greve, como os servidores da saúde de Natal e professores e
técnicos da UERN (Universidade Estadual do RN) e da UFRN (Universidade Federal
do RN) e de centrais como a CSP-Conlutas.
Quarenta dias de greve
Os servidores da saúde estadual iniciaram a greve no dia 11
de junho. O salário da rede estadual é o menor, comparando com os da saúde
federal e até de alguns municípios. Um técnico de enfermagem iniciando no
estado recebe R$ 946 de salário-base. Um profissional do nível elementar recebe
um salário-base de R$ 756,20, abaixo do salário mínimo. O salário é
complementado com gratificações, que variam de R$ 134,00 a R$ 195,00.
A greve denuncia ainda a sobrecarga de trabalho, agravada
pelo déficit de 3.500 servidores, e pela crise nos principais hospitais, que
convivem com pacientes nos corredores. Levantamento feito pelo Sindsaúde nesta
segunda-feira, em quatro hospitais, identificou 171 pacientes em macas, sendo
114 nos corredores.
“Sempre escutamos a justificativa da Lei de
Responsabilidade Fiscal. O resultado é que o estado está perdendo a sua força
de trabalho, pois ninguém agüenta trabalhar nestas condições e ainda ganhando
tão mal. A saúde perde 83 profissionais por mês e já estamos pagando pela
crise”, afirma Simone Dutra, coordenadora-geral do Sindsaúde-RN e enfermeira do
Hospital Santa Catarina.
Fonte: Sindsaúde-RN Estadual
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