O SINTE E O SINDSAÚDE DE SÃO
GONÇALO DO AMARANTE SÃO CONTRA O IMPOSTO SINDICAL
Esclarecemos que os Sindicatos
dos Trabalhadores em Educação e Saúde (Sinte e Sindsaúde), núcleos de São
Gonçalo do Amarante, são contra o imposto sindical cobrado dos servidores.
Mas primeiro precisamos explicar
a diferença entre imposto sindical e desconto sindical.
A contribuição sindical, mais
conhecida como imposto sindical, é paga pelo trabalhador uma vez por ano e
corresponde à remuneração de um dia normal de trabalho, sem inclusão de horas
extras. Pela legislação atual, a contribuição – criada na década de 1940 para
fortalecer o movimento sindical – é recolhida compulsoriamente pelos
trabalhadores todo mês de abril.
Já o desconto sindical se dá
quando o trabalhador se filia ao sindicato, mediante preenchimento e assinatura
de requerimento de filiação, passando a pagar mensalidades correspondentes a 1%
da remuneração total, exceto gratificação de estímulo à produtividade e plantão
eventual.
Segundo a prefeitura de São
Gonçalo do Amarante, o desconto deste mês foi em favor da Federação dos
Trabalhadores e Trabalhadoras da Administração Pública Municipal do Rio Grande
do Norte (Fetam), mediante decisão judicial.
Este imposto não representa a
CSP-Conlutas e somos absolutamente contra ele. Paulo Barela, membro da
Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, afirma que nossa Central defende
que esse imposto deve ser banido tanto do setor público quanto do privado. Ele
acrescenta que a CSP-Conlutas defende o financiamento voluntário por parte dos
servidores (através da filiação ou doação) e também o autofinanciamento. Ou
seja, defendemos a contribuição voluntária.
Faremos o possível para que o
valor cobrado seja restituído aos trabalhadores. Na segunda-feira (6), entregamos
um ofício à prefeitura solicitando a imediata devolução do imposto sindical e,
caso não sejamos atendidos, iremos promover uma ação judicial.
Para se aprofundar no assunto, sugerimos a matéria abaixo, direto do site da CSP-Conlutas.
CENTRAIS GOVERNISTAS EXIGEM E GOVERNO MANDA COBRAR O IMPOSTO
SINDICAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS
As centrais sindicais governistas
conseguiram o que tanto queriam: a normativa do MTE (Ministério do Trabalho e
Emprego), de 14 de janeiro de 2013, que desobrigava os servidores públicos ao
pagamento do imposto sindical, foi suspensa por 30 dias.
Para, a audiência pública convocada
pelo governo, realizada no dia 25 de fevereiro, cumpriu o papel de atender a
vontade e demandas dessas centrais governistas que só estão interessadas no
dinheiro do imposto. “Foi um teatro! Nem fomos convidados, tivemos que forçar
nossa presença na audiência e agora está muito claro que o governo precisava da
cumplicidade das Centrais pelegas para impor esse famigerado imposto”,
explicou.
A CSP-Conlutas foi a única
central que se posicionou contra a cobrança de imposto sindical dos servidores.
“Nossa Central defende que a cobrança do imposto sindical deve ser banida tanto
no setor público quanto no setor privado. Defendemos o financiamento feito
voluntariamente pelos trabalhadores e o autofinanciamento das entidades
sindicais. Somos contra o pagamento do imposto, pois este está sob a tutela do
Estado e compromete a independência dos sindicatos frente aos governos e
patrões”, disse Barela.
O dirigente também destacou o
papel da CUT nesse episódio. Essa Central criticou a postura unilateral do governo
ao não discutir com as centrais sobre o tema e propôs que fosse suspensa a
normativa e que o assunto fosse rediscutido no Conselho Bipartite formado pelo
MTE e as centrais governistas. Foi o que ocorreu. Entretanto, ao defender a
suspensão da norma atual, a CUT fez coro com as outras centrais, uma vez que
voltará a ter efeito a norma anterior, editada pelo então ministro do Trabalho,
Carlos Lupi. Dessa forma, a CUT, que já se recusou a assinar os materiais da
Campanha pela Anulação da Reforma da Previdência-2003, aprovada sob um forte
esquema de corrupção, o chamado “mensalão”, agora, em aliança com as demais
centrais, apoia um novo ataque aos direitos dos servidores públicos.
Para Barela, a CUT cumpriu um
papel nefasto. “Essa Central defendeu a
suspensão da instrução normativa garantindo mais um saque ao bolso do
trabalhador”. Na verdade, a suspensão da medida vale por 30 dias a partir de
sua publicação, mas a obrigação do desconto do imposto sindical tem prazo até
30 de março, ou seja, dentro do período da suspensão. Isso significa que, ao final da validade do
período de suspensão, e se não houver acordo, volta a valer o não desconto,
porém, o desconto já terá sido efetuado.
“A CUT faz uma propaganda contra
a cobrança do imposto sindical, mas o grosso de sua receita tem origem nessa
fonte de arrecadação. A partir dessa fonte financeira, essa Central sustenta os
ataques do governo contra os trabalhadores. Temos que alertá-los sobre isso
para terem consciência de quem os representa”, frisou o dirigente da
CSP-Conlutas.
Barela ressaltou que a Central
vai continuar sua denuncia contra a suspensão, pois a cobrança de imposto
sindical para os servidores é inconstitucional. “Vamos orientar os servidores
de nossa base sobre esse ataque, vamos recorrer a todas as alternativas de
resistência, inclusive as judiciais para barrar essa suspensão”, ressaltou.
O representante da Central afirmou ainda que para os sindicatos da base
da CSP-Conlutas, na medida em que houver o desconto obrigatório, esse valor
deverá ser devolvido para os trabalhadores.
Segundo Barela, enquanto as
“centrais oficiais” discutem o conteúdo jurídico-constitucional das normas
expedidas no MTE , a CSP-Conlutas vai além. “A nossa Central discute o conteúdo
político desse tipo de imposição do Estado, que só serve para sustentar
direções burocráticas, que não têm compromisso nenhum com a organização e a
luta dos trabalhadores para defender seus direitos frente ao capitalismo”.
De acordo com o dirigente, as
centrais sindicais governistas só estão interessadas nos mais de 11 milhões de
servidores passíveis de contribuição. “Elas estão de olho nos milhões de reais
que sairão dos salários dos funcionários públicos, assim como já fazem em
relação aos trabalhadores do setor privado”, completou.
Barela salientou que a
CSP-Conlutas vai continuar lutando ao lado dos trabalhadores contra a cobrança
do imposto sindical que burocratiza as relações entre sindicato e
trabalhadores. “Nós, da CSP-Conlutas, gostaríamos de ver o mesmo ímpeto dessas
centrais nas lutas que verdadeiramente são de interesse dos trabalhadores como
a marcha do dia 24 de abril em Brasília”, desafiou.
Entenda esse ataque - A norma
executiva de 2013 foi editada pelo ministro do MTE, Carlos Daut Brizola, após
parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) que questiona a validade
constitucional de outra instrução normativa de 2008, do então ministro do MTE, Carlos
Lupi, que estendeu a obrigação de pagar imposto sindical também aos servidores
públicos.
As centrais sindicais Força
Sindical, CTB, Nova Central, CSB, CGTB, UGT se posicionaram a favor do
pagamento do imposto e alegam que os trabalhadores, independente de serem do
setor público ou privado, tem que contribuir, por isso, a lei que impõe a
contribuição sindical compulsória tem que valer para todos.
Fonte: CSP-Conlutas (Matéria publicada em 11/03/2013)
Clique aqui para ler a matéria original no site da CSP-Conlutas.
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