É PRECISO UNIFICAR A LUTA DOS SERVIDORES DA
SAÚDE DE SÃO GONÇALO
A Secretaria Municipal de Saúde
está prestes a implantar o ponto eletrônico biométrico para todas as unidades
de saúde de S. Gonçalo. Segundo o secretário de saúde isto se dá pela
recomendação do Ministério Público Federal que fiscaliza a utilização das
verbas transferidas pelo Ministério da Saúde como Programa de Saúde da Família,
NASF, CEO e CAPS.
Segundo o secretário de saúde,
Jalmir Simões, os servidores que não estão nos programas terão que trabalhar 6 horas
diárias. Na prática isto significa aumentar duas horas de trabalho sem aumento
de salário e a inviabilização da coexistência de dois vínculos de trabalho,
afinal a maioria dos servidores que receba apenas este salário base de S.
Gonçalo precisa ter outro vínculo para sobreviver. A cobrança das 6 horas
retira do servidor esta possibilidade, afinal ele terá que chegar às 7:00 e
sair às 13:00. Se trabalhar pela à tarde deverá entrar às 11:00 e sair às
17:00, ou seja, não resta horário livre para outro vínculo.
Achamos que é necessário o
controle da frequência dos servidores da saúde, no entanto a implantação do
ponto eletrônico precisa ser precedido de um debate sobre carga horária e
remuneração. Hoje há profundas diferenças na cobrança da carga horária e na
remuneração dos servidores porque o prefeito Jaime Calado ignora completamente
a lei do Plano de Cargos e Salários que deveria regular o trabalho da saúde em
S. Gonçalo.
Os servidores estão divididos
entre aqueles que recebem gratificações financiadas com os repasses dos
programas e aqueles servidores que tem apenas o salário base, o adicional de
insalubridade e a gratificação de produtividades que está em processo de
extinção, uma vez que está há 11 anos sem reajuste.
Assim temos hoje profundas diferenças
na remuneração dos servidores que trabalham com os mesmos pacientes, nas mesmas
unidades de saúde e que muitas vezes desenvolvem o mesmo trabalho. Esta é a
situação das nutricionistas, assistentes sociais e psicólogas que parte
trabalha no NASF recebe uma gratificação e a outra trabalha da mesma forma e
não recebe nenhuma gratificação. A diferença da remuneração entre estes
profissionais chega a 109% para trabalharem a mesma carga horária e realizar as
mesmas funções.
Outro caso é dos servidores que
trabalham nas unidades de saúde que tem PSF, mas que não faz parte da equipe
mínima do programa. São recepcionistas, técnicos de enfermagem, nutricionistas,
psicólogos, fisioterapeutas, bioquímicos, assistentes sociais, dentistas,
auxiliares de consultório dentário, ASG’s, entre outros, que trabalham na
complementação das ações de saúde prestada pelas equipes mínimas do PSF. Ou a
clientela destes profissionais não é a mesma do PSF? Ou os pacientes não são
encaminhados pelos profissionais do PSF?
Na verdade todos, incluídos em
programas ou não, trabalhamos na assistência a saúde dentro de um mesmo
processo de trabalho, porém a política de remuneração da Secretaria de Saúde
procura nos dividir como se não fizéssemos parte de um todo.
Temos ainda servidores de nível
médio que entraram no último concurso que trabalham 8 horas sem nenhuma
gratificação enquanto que os servidores mais antigos trabalham apenas um
expediente.
Assim como temos servidores que
desenvolvem programas que recebem recursos do Ministério da Saúde, como é o
caso do CAPS, mas que não recebe nenhuma gratificação.
Estes exemplos entre tantos
outros demonstram que a Secretaria de Saúde de S. Gonçalo aplica política de
pessoal que não obedece a nenhum critério de isonomia e valorização dos servidores.
Implantar o ponto eletrônico
carece de um debate sobre carga horária compatível com a remuneração. Ou temos
que trabalhar a mesma carga horária por uma remuneração absurdamente diferente?
DEFENDEMOS CARGA HORÁRIA DE 20, 30 E 40 HORAS COMPATÍVEL COM A
REMUNERAÇÃO!
Também precisamos discutir as
normas que vão orientar a implantação do ponto eletrônico de modo a responder
os questionamentos da categoria como por exemplo: em caso de atraso poderá haver compensação por meio de um banco
de horas? As horas extras serão remuneradas ou haverá banco de horas? No caso
de atraso, será descontado a partir de quanto tempo? E para quem trabalha em
mais de uma unidade, onde se deve bater o ponto?

PMAQ E A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NA SAÚDE
Os servidores que estão dentro
dos programas financiados pelo Ministério da Saúde também sofrem com a política
salarial adotada pela secretaria de saúde. A implantação do PMAQ com a promessa
de melhorar a assistência e a remuneração dos servidores mostra a sua face
perversa. A cobrança de metas e produtividades a despeito das condições de
trabalho oferecidas fazem com que os servidor conviva com o estresse e a
competição, uma vez que o valor a ser repassado depende da produção.

Por isso, o SINDSAÚDE chama a
mais profunda unidade entre os sindicatos e servidores da saúde que,
independente de receberem gratificações ou não, de estarem inseridos em
programas do Ministério da Saúde ou não, de trabalharem 20, 30 ou 40 horas,
estão submetidos ao mesmo tratamento desrespeitoso dado pelo Prefeito Jaime
Calado e o seu secretário de saúde
É NECESSÁRIO UNIFICAR OS SERVIDORES PARA LUTAR PELO PLANO DE CARGOS E
SALÁRIOS E POR FIM À PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO NA SAÚDE!
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