MINISTÉRIO PÚBLICO SE POSICIONA SOBRE REIVINDICAÇÕES DE
GREVISTAS DA EDUCAÇÃO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE
Promotoria de Justiça ainda se comprometeu a convocar Prefeitura
e vereadores para uma nova negociação com a categoria
Nesta terça-feira (15), os servidores da Educação de São
Gonçalo do Amarante, em greve desde 3 de março, saíram em passeata pelas ruas de São Gonçalo carregando tecidos em azul e branco, além de algumas auréolas de brinquedo na cabeça, num protesto inusitado, ironizando o comentário que o prefeito Jaime Calado fez na última audiência dele com a categoria, no dia 10 de março. O prefeito, em tom de deboche, teve a ousadia de dizer que "os professores estão no céu". Por isso, a categoria saiu hoje pelas ruas mostrando os vários pedacinhos de céu que existem nos problemas das escolas municipais, como paredes rachadas, mofo, vazamentos nos banheiros, fios expostos, cozinhas mal equipadas, etc.
Logo após, os servidores se reuniram com a Promotora de
Justiça, Rosana Moreno, para dialogar sobre o andamento de processos referentes
à pasta da Educação, que foram judicializados no começo de 2015. Entre eles, a
ação judicial sobre a legalidade de contratação de estagiários para atuar em
salas de aula e o processo referente à estrutura física das escolas, que fazem
parte da pauta de reivindicações da greve.
Sobre a estrutura física das escolas, a promotora informou
que desde o ano passado tem acompanhado a execução de melhorias em algumas
escolas, mas admitiu que há muito ainda a ser feito. Já sobre a questão dos
estagiários, ela informou que foi encaminhada a última petição do processo,
solicitando o julgamento, e que o Ministério Público está aguardando a decisão
judicial. Ela ainda acrescentou que espera que o município seja realmente
obrigado a tirar os estagiários de sala de aula e fazer, caso seja verificada a
necessidade real de professores, contratação por meio de concurso público.
A promotora também se posicionou sobre outras reivindicações
dos servidores, como a questão da diferença salarial de 30% entre servidores de
nível médio e superior: “Eu acredito que a categoria tem razão e legitimidade
em alguns pontos, um deles é a diferença salarial entre o nível médio e o nível
superior, que foi suprimida alguns anos atrás, além da questão dos processos de
promoção, que realmente demoram muito. E também falta uma solução definitiva
para que as aposentadorias sejam efetivadas”, afirmou a promotora de Justiça.
Por último, a promotora assumiu o compromisso de atuar como
mediadora nas negociações entre os grevistas e a prefeitura: “Meu compromisso
hoje aqui foi esclarecer a vocês sobre o andamento dos processos e tentar
promover uma nova audiência entre a categoria e o município e desta vez coma participação
da Câmara de Vereadores, que eu acho importantíssima nessa discussão”,
completou a promotora.
Nesta quarta-feira (16), haverá ato unificado com servidores
da Educação de Ceará-Mirim e Extremoz
Nesta quarta-feira (16), os grevistas de São Gonçalo
realizarão um ato a partir das 8h, no gancho de Igapó, nas proximidades do supermercado
Nordestão da Zona Norte. O ato será unificado junto aos servidores da Educação
de Extremoz e Ceará-Mirim, que amanhã participarão de uma paralisação nacional
da Educação Pública. O objetivo do ato é informar e mobilizar a população sobre
os problemas da Educação Pública dos 3 municípios, principalmente para a atual
greve de São Gonçalo.
Na quinta-feira, às 14h, a categoria fará mais uma
assembleia da greve.
Confira fotos do ato público na Secretaria Municipal de Educação, da caminhada e da reunião no Ministério Público:
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