CSP-CONLUTAS: NO SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES NEM DILMA NEM
AÉCIO NOS REPRESENTAM
A Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas aprovou uma
resolução sobre a posição da Central frente ao segundo turno das Eleições
Presidenciais: “… nos termos das resoluções votadas em nossas Coordenações
Nacionais, (a CSP-Conlutas) não indica o voto nem apoia politicamente nenhum
dos dois candidatos à presidência que estão no segundo turno”.
Ou seja, a partir dessa resolução, a posição da CSP-Conlutas
pode ser concretizada no voto nulo, voto em branco ou mesmo abstenção, mas não
em qualquer um dos dois postulantes, Dilma-PT ou Aécio-PSDB. Essa posição se
justifica porque nenhum desses projetos representa os interesses da classe
trabalhadora, senão que, ao contrário, estão vinculados intimamente aos
projetos de banqueiros, grandes empresários, latifundiários e do agronegócio.
Veja abaixo a íntegra da resolução:
Segundo turno: Nem Dilma nem Aécio representam os
trabalhadores
O segundo turno das eleições presidenciais ocorrerá no dia
26 de outubro. Restaram na disputa Dilma Roussef, do PT e Aécio Neves, do PSDB.
Muitos elementos de análise e caracterização da eleição
estão ainda por ser desenvolvidos, mas, infelizmente, para os trabalhadores e a
população pobre, as duas candidaturas colocadas representam interesses de
frações das classes dominantes e do grande capital em nosso país.
Sabemos que, contraditoriamente, entre os trabalhadores e
trabalhadoras que estão na base das entidades filiadas à nossa Central, há
aqueles que entendem necessário votar em Dilma, pois Aécio representa a “volta
da direita”, que governou o país com FHC, de 1994 a 2002, promovendo
privatizações, o desmonte do estado, ataques aos direitos trabalhistas e
previdenciários.
Já outros, cansados com os quase doze anos de governo
petista, falam em votar em Aécio, como uma espécie de “voto-castigo” no PT, que
traiu as suas origens e compromissos com a classe trabalhadora, governando em
aliança com o agronegócio e banqueiros, privilegiando os interesses dos grandes
empresários e deixando migalhas à população pobre, por meio de políticas
sociais compensatórias bastante restritas.
Nós entendemos esses sentimentos e a angústia de nossa
classe. Mas não consideramos correto depositar confiança em qualquer dos dois
candidatos pelo temor da vitória de um ou de outro.
O que de fato precisamos é preparar a nossa classe
trabalhadora, a juventude brasileira, mulheres, jovens, população da periferia,
tanto na hipótese de vitória de Dilma quanto de Aécio para governos que vão
atacar ainda mais os direitos e conquistas da nossa classe.
A crise econômica que se aprofunda em nosso país, já com uma
situação de recessão na indústria, fará com que esses governos tomem medidas
duras contra a nossa classe e se esforcem para manter os lucros das empresas.
Já vem sendo assim com Dilma e Aécio não esconde isso do “mercado”.
A ameaça aos direitos trabalhistas, ampliação da
terceirização, o não enfrentamento real de dilemas para a classe trabalhadora, como
o fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho, a dívida pública que
tira do orçamento milhões de reais todo ano, que vão para os bolsos dos
rentistas, são parte do arsenal de políticas dos dois candidatos e, por essas
razões, não podemos neles depositar confiança ou iludir a nossa classe quanto
às perspectivas do futuro governo.
O enfrentamento às medidas duras que tendem a vir vai exigir
capacidade de mobilização das nossas entidades, construção da unidade com
aqueles que se dispõem a lutar e enfrentamento com as direções que vierem a
apoiar as medidas anti-trabalhador do futuro governo.
A Secretaria Executiva Nacional da CSP Conlutas, reunida no
dia 9 de outubro de 2014, nos termos da resolução votada em nossa Coordenação
Nacional, não indica o voto nem apoia politicamente nenhum dos dois candidatos
à presidência que estão no segundo turno.
Respeitamos a autonomia das entidades quanto ao debate que
farão, mas consideramos essa a posição mais ajustada ao momento vivido em nosso
país e quanto ao programa, interesses e setores sociais que ambas as
candidaturas representam.
Nem Dilma nem Aécio nos representam, portanto não merecem
nosso voto!
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