PESQUISA APONTA QUE MAIORIA DE LEITORES EM NATAL ESTÁ NA
ZONA NORTE E MULHERES LEEM MAIS QUE OS HOMENS NA CAPITAL POTIGUAR
Pesquisa ainda apontou que a maioria dos leitores está entre
as pessoas que ganham de 1 a 3 salários mínimos
Em Natal o número de mulheres leitoras é quase o dobro dos homens, e as pessoas que ganham entre um e três salários mínimos são as que mais leem. Estudantes do ensino médio são os mais envolvidos com a literatura, quem mora na zona Norte também leva vantagem nesse quesito – apesar de aparecer em terceiro quando se fala em aquisição de livros – enquanto na zona Leste, onde estão as duas principais bibliotecas públicas da capital, os índices estão na lanterna. Esses são alguns dados levantados pela pesquisa “Relação da população de Natal com a leitura: uma abordagem quantitativa”, que entrevistou 805 pessoas a partir dos 14 anos entre 19 e 22 de junho nas quatro regiões da cidade.
O resultado do estudo, encomendado pelo Instituto de
Desenvolvimento da Educação (IDE) e realizado pela Certus Pesquisa e
Consultoria, foi apresentado na manhã desta quarta-feira (23), na Fundação
Capitania das Artes, durante reunião do grupo de trabalho responsável pela
elaboração do Plano Municipal do Livro, da Leitura, da Literatura e das
Bibliotecas de Natal – PMLLLB. A pesquisa considerou questões como idade,
escolaridade, religião, sexo e renda familiar.
“Temos um árduo trabalho pela frente para que Natal passe a
ser uma cidade leitora”, avaliou Cláudia Santa Rosa, coordenadora do IDE. Para
a educadora, a capital do RN está dentro da média nacional, com quatro livros
lidos por ano em média por habitante, índice que pode cair para menos de um se
desconsiderados os livros didáticos e técnicos. “É uma pesquisa inédita, e a
partir dela podemos aprofundar alguns pontos levantados para trabalhar com
números mais qualitativos”.
A intenção do Instituto é apresentar uma radiografia real da
situação para que subsidiem planos de ação. “Espero que a pesquisa sensibilize
gestores e/ou quem pode fazer algo para reverter ou minimizar esses
resultados”, destacou Santa Rosa. Ela explicou que as entrevistas, aplicadas de
acordo com a população de cada região, foram feitas “principalmente” nas
residências – também foram ouvidas pessoas em restaurantes, shoppings e locais que
registram grande concentração de pessoas. “Não é uma pesquisa de âmbito
escolar, pegamos a cidade como um todo e chegamos a resultados curiosos que por
si já demandam outros estudos”, reforça.
Bibliotecas de bairro
Cláudia acredita que a primeira necessidade identificada diz
respeito a necessidade de se ter mais bibliotecas públicas (de bairro ou
itinerantes): “As bibliotecas são, de fato, a melhor maneira de democratizar o
acesso à leitura. Melhor promover a circulação do acervo que dar dinheiro para as
pessoas comprarem livros. Prova disso é quem compra mais não necessariamente lê
mais”.
Renda X leitura
A educadora garante ser equivocada a ideia de que quanto
maior a renda mais culto é uma pessoa. Nas zonas Leste e Sul, por exemplo, onde
se compram mais livros, a leitura média é menor que na zona Norte. Um outro
ponto que também chamou a atenção de Cláudia Santa Rosa com relação a zona
Leste é o alto índice de pessoas não procuram bibliotecas, justamente na região
onde fica a Biblioteca Câmara Cascudo (fechada para reforma) em Petrópolis, e a
Esmeraldo Siqueira (municipal) que funciona na Funcarte. “A maioria dos
entrevistados não sabem nem onde ficam essas bibliotecas”.
Considerada a opção religiosa, o maior índice de leitura
está entre Espíritas (60%), seguidos pelos Evangélicos (25%). A Bíblia é o
segundo livro mais citado pelos entrevistados, atrás dos livros didáticos e
técnicos, e a leitura é a segunda opção de lazer após a televisão. Para 29% das
pessoas a leitura, quando questionadas sobre o significados da leitura, os
livros são “a base do conhecimento” contra 20% dos que lêem por prazer e 7% que
enxergam a leitura como obrigação – ler é “uma chatice” para 0,63% dos
entrevistados.
Números
4,1 livros é a média de livros lidos por ano pelos natalenses
64% dos espíritas se consideram leitores
41,16% leitores estão na faixa dos que ganham entre 1 e 3
salários mínimos
37,94% dos moradores da zona Norte têm o hábito da leitura
Fonte: Tribuna do Norte
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