SERVIDORES DA EDUCAÇÃO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE SUSPENDEM
GREVE DE 57 DIAS
A luta continua: categoria aprovou vários encaminhamentos de
luta para as próximas semanas
Prestes a completar 2 meses, a greve dos servidores da
educação de São Gonçalo do Amarante foi suspensa nesta sexta-feira, 4 de abril,
durante assembleia da categoria. Foram 57 dias de muita luta pelos direitos que
nos são negados por um governo municipal truculento e perseguidor e que, sem
nenhum escrúpulo, desrespeita os trabalhadores.
No dia 2 de abril, o Sinte-RN núcleo de São Gonçalo do
Amarante se reuniu mais uma vez com a comissão de negociação, composta pelo
presidente da Câmara Municipal, Geraldo Veríssimo; pelo Ministério Público
Estadual (MPE); pelo Chefe de Gabinete, João Eider e pelo secretário de
administração, Miguel Teixeira, para que a prefeitura finalmente pudesse
apresentar sua proposta, principalmente sobre a correção salarial dos
servidores de nível superior, referente aos anos de 2010, 2011 e 2012.
Porém, na audiência, os servidores souberam que a Promotora
de Justiça havia se encontrado com o prefeito Jaime Calado para discutir a
situação dos servidores. O chefe do executivo municipal se mostrou novamente
contra a correção salarial e foi enfático ao afirmar que não irá conceder o
reajuste, pois ele entende que já paga o piso salarial e que os professores de
nível médio estão em extinção. Sendo assim, logo não haveria diferença.
Entretanto, nós servidores sabemos que isso não é verdade,
que a prefeitura não paga o piso salarial e que essa recusa do prefeito apenas
desvaloriza os servidores, nivelando a categoria por baixo, quando iguala os
trabalhadores de nível superior aos de nível médio, utilizando-se de um
argumento pobre.
Queremos dizer que, mesmo sem o reconhecimento da dívida que
a prefeitura tem com os servidores de nível superior, saímes dessa greve
vitoriosos, porque os demais pontos da pauta de reinvindicação foram
conquistados. E essa conquista não se deve ao prefeito Jaime Calado ou ao
secretário de educação, Abel Neto (petista e ex-sindicalista que traiu a
categoria e chega até a demonstrar prazer em retirar direitos dos
trabalhadores). Essa conquista se deve aos bravos guerreiros, que
brilhantemente lutaram e lutam todos os dias contra os absurdos na educação
pública deste município.
A luta continua nas ruas, mas agora segue também para a
Justiça. Nesta próxima semana, a assessoria jurídica do sindicato entrará com
um Mandado de Segurança Coletivo para garantir o descongelamento das promoções
horizontais e verticais e espera-se que o Juiz responsável possa dar prioridade
ao processo, já que muitos dos servidores que aguardam pelas promoções já são
idosos.
A assembleia que suspendeu a greve também aprovou:
1. A
continuação da campanha Não Aceite Calado, com a confecção de um outdoor, nota
impressa para a população, nota sonora em carro de som e adesivos para ser
utilizados pelos professores em sala de aula;
2. Um
boletim impresso contando toda a trajetória da greve, do seu início até o fim;
3. A
preparação de um dossiê sobre a situação das escolas e dos salários dos
professores e funcionários;
4. Continuação
dos estudos de polo;
5. Reunião
com os representantes das escolas;
6. Reunião
com os pais, servidores e o sindicato;
7. Atos
públicos nas comunidades, com o primeiro sendo no Amarante (data e horário a
serem divulgados em breve)
Por fim, a assembleia também aprovou a participação dos
servidores em um grande ato público no dia 16 de abril, quando ocorrerá uma
audiência pública sobre o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos
servidores de São Gonçalo. Os servidores farão uma caminhada de protesto até a
prefeitura. A concentração será às 9h, na Câmara Municipal.
A greve foi suspensa, mas a luta continua, pessoal.
Precisamos continuar mobilizados para mostrar a esse governo que os servidores
NÃO ACEITARÃO CALADOS!
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