MAIS DE 500 PESSOAS PARTICIPAM DO 1º ENCONTRO DE MULHERES DA CSP-CONLUTAS
A representante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Ana Pagamunici, também integrante do Movimento Mulheres em Luta, fez uma análise da situação de superexploração dos setores oprimidos na sociedade capitalista, a exemplo das mulheres. Ana lembrou que o Brasil governado por Dilma, primeira mulher eleita presidente em nossa história, está longe de defender políticas que atendam realmente as necessidades das mulheres. “Não basta ser mulher, é preciso ter um programa que defenda a classe trabalhadora”, disse ela, destacando que em 16 meses de governo a presidenta Dilma optou por governar para banqueiros e empresários.
No encontro, o debate expôs a realidade da classe trabalhadora hoje, na qual 56% das mulheres trabalhadoras estão no serviço público e 20% no serviço privado. Nos últimos anos, houve 120% de entrada das mulheres no mercado de trabalho. Por isso, foi discutida importância de se ter políticas para que as mulheres conquistem sua autonomia.
Ainda no debate, levantou-se a informação de que 33% das mulheres brasileiras ganham menos que os homens, mesmo cumprindo a mesma função. Além disso, são 35% nos serviços terceirizados. “Não é possível pensar na classe trabalhadora, sem pensar nas mulheres.”, afirmou Ana Pagamunici.
Ela também ressaltou que Dilma vetou a lei que exigia a aplicação de multa às empresas que pagam salários inferiores às mulheres que cumpram a mesma função dos homens. Para Ana Pagamunici, isso ocorre por conta do machismo ainda existente na sociedade, que precisa ser combatido. Ana defendeu que essa é uma luta de homens e mulheres. “A violência contra as mulheres também precisa ser combatida, pois os índices de agressão tem sido alarmantes”, acrescentou.
A plenária contou com a participação da estudante Daniela, da Federação Nacional dos Estudantes da Costa Rica, que apresentou a experiência das mulheres do seu país e reafirmou que a unidade de todas é fundamental para superar os ataques contra a classe trabalhadora e contra as mulheres. Também saudou o encontro a sindicalista egípcia Fátima Ramadan, que esteve à frente da luta recente dos trabalhadores egípcios.
A coordenadora geral do Sindicato da Construção Civil de Belém, Deuzinha, trouxe as experiências de seu setor, retratando o crescimento da mão de obra feminina. “Em 2006 eram 99 mil trabalhadoras nos canteiros de obras e em 2010 já são 180 mil”, contou. O próximo passo, segundo ela, foi ocupar os espaços do sindicato e construir a Secretaria de Mulheres. Com isso, a campanha salarial da categoria incorporou todas as reivindicações das operárias. “As nossas dificuldades, como em todos os locais, é o assédio moral, sexual e o machismo. Lutamos também por escolas e hospitais. Mas é preciso combater acima de tudo, o machismo dentro dos canteiros de obras”, ponderou.
Segundo Deuzinha, as mulheres da construção civil tem atendido o chamado da CSP-Conlutas e do sindicato. “A grande vitória da nossa organização foi a participação de 46 operárias no debate de mulheres no 8 de março, e hoje estamos em sete operárias presentes no 1º Congresso Nacional da CSP-Conlutas”, concluiu Deuzinha. Após as falas da mesa, o debate foi aberto para o plenário que enriqueceu o encontro com a troca de experiências das mulheres trabalhadoras.
No encontro, foi aprovada uma carta com as principais demandas e desafios das mulheres para o próximo período. Além disso, foi aprovada a realização de um próximo encontro para o primeiro semestre de 2013. Em seguida foram apresentadas três teses que farão parte dos debates do 1º Congresso Nacional da CSP-Conlutas. Ao final, foram eleitas sete delegadas para representar o Movimento de Mulheres em Lutas no 1º Congresso Nacional da CSP-Conlutas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário